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Dólar fecha a R$ 4,65; Guedes diz que pode ir a R$ 5 se tiver ‘muita besteira’

Desde 30 de dezembro de 2019, quando a moeda estava a R$ 4,014, o dólar ficou R$ 0,64 mais caro


Por Folhapress Publicado 05/03/2020
dólar
Moeda norte-americana caiu 2% com notícia de segundo turno – Foto: Divulgação

Após chegar a R$ 4,6670 durante o pregão desta quinta-feira (5), o dólar desacelerou a alta com o terceiro leilão de swap cambial do Banco Central no dia e fechou a R$ 4,6530, alta de 1,57%. O turismo está a R$ 4,84 na venda. Em algumas casas de câmbio, está sendo vendido acima de R$ 5.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta que a cotação do dólar pode ir a R$ 5 caso “muita besteira” seja feita. “Pode chegar a R$ 5? Ué, se o presidente pedir para sair, se todo mundo pedir para sair… É um câmbio que flutua, se fizer muita besteira, ele pode ir para esse nível”, afirmou em evento na Fiesp.

Nesta sessão, o BC ofertou US$ 3 bilhões divididos em três leilões de 20 mil contratos de swap cambial cada um. A medida aumenta a oferta da moeda no mercado, já que o BC oferece contratos que remuneram o investidor pela variação cambial, o que ajuda a reduzir o preço do dólar.

O dólar foi ao seu 11º recorde nominal (sem contar a inflação) seguido em uma sequência de 12 altas consecutivas, a maior desde janeiro de 1999, quando o BC encerrou a política do câmbio fixo.

A alta do dólar neste ano é fruto do temor de investidores com o impacto econômico do coronavírus junto à um cenário de juros mais baixos no Brasil.

Após o corte surpresa de 0,50 ponto percentual na taxa de juros americano na terça (3), o mercado vê mais espaço para uma redução na Selic no dia 18, próxima reunião de política monetária do BC. As projeções apontam a taxa entre 3,75% e 3,5% ao final do ano. No momento, ela está a 4,25% ao ano, mínima histórica.

A pressão no real devido a juros mais baixos no Brasil, que levam o estrangeiro a tirar dólares do país, levou a moeda brasileira a ter o pior desempenho do mundo em 2020, com desvalorização de 15,6%. Desde 30 de dezembro de 2019, quando a moeda estava a R$ 4,014, o dólar ficou R$ 0,64 mais caro.

Nesta quinta, a declaração de estado de emergência na Califórnia por conta da primeira morte no estado americano pelo coronavírus elevou a tensão dos mercados acionários. Nasdaq caiu 3,10% e Dow Jones, 3,58%. O S&P 500 recuou 3,39%. Segundo a Bloomberg, o índice americano teve sua semana mais volátil desde 2011, quando a agência de classificação de risco S&P reduziu a nota de crédito dos títulos do Tesouro americano.

O Ibovespa despencou 4,65%, a 102.233 pontos, menor patamar desde 10 de outubro, antes da reforma da Previdência ser aprovada no Senado. No Brasil, o número de casos confirmados do coronavírus subiu para oito.

As ações da Gol tiveram forte queda de 16,77%, a R$ 20,65. As da Azul caíram 14,53%, a R$ 38,25. CVC caiu 9,83%, a R$ 20. Os setores aéreo e de turismo são os mais afetados durante a epidemia do novo coronavírus.

A Bolsa brasileira acelerou perdas depois que a Fitch divulgou um relatório sobre a piora no cenário fiscal de países latinos com o coronavíurs, já que muitos dependem da China, severamente afetada pelo coronavírus.

O barril de petróleo Brent caiu abaixo dos US$ 50 durante a sessão. No momento, cai 2%, a US$ 50. As ações da Petrobras preferenciais (sem direito a voto) desabaram 5,95%, a R$ 25,29. As ordinárias (com direito a voto) caíram 5%, a R$ 26,81.

A Vale caiu 3,54%, a R$ 46,85.

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